Artilharia anti-aeria



A Defesa antiaérea nasceu com o início do uso militar da aeronáutica. Pensa-se que o primeiro empenhamento de artilharia antiaérea ocorreu a 26 de junho de 1794, quando as tropas austríacas, que sitiavam a fortaleza francesa de Maubert, tentaram abater o balão L'Entrepenant usado pelos sitiados para observarem o inimigo. Em 1849, dá-se o primeiro bombardeamento aéreo da história, quando são lançadas bombas à mão sobre Veneza, a partir de balões usados pelas tropas austríacas que sitiavam a cidade.

Durante a Guerra Civil Americana, o uso de balões pelas forças federais dos EUA, obrigou as forças confederadas a terem que desenvolver métodos de os combater. Os métodos utilizados incluíram o uso de artilharia, de armas ligeiras e da sabotagem.

A primeira utilização conhecida de armas especialmente concebidas para a função antiaérea ocorreu durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870. Depois da derrota do Exército Francês em Sedan, Paris foi sitiada pelos prussianos, obrigando as forças francesas no exterior da cidade a tentar reabastecê-la através de balões. A Krupp desenvolveu então o ballonkanone, um canhão especialmente concebido para abater aqueles balões, constituído por uma peça modificada de 32 mm, montada sobre um atrelado puxado por cavalos.







Ela Inclui...


Defesa antiaérea inclui sistemas de armas, integrados com sistemas de aquisição de objetivos. Por um lado existem os sistemas HIMAD, vocacionados para defesa antiaérea de áreas alargadas contra ameaças aéreas a alta e média altitude e por outro existem os sistemas SHORAD, vocacionados para a defesa de pontos sensíveis contra ameaças a baixa e muito baixa altitude.

Até pouco depois da Segunda Guerra Mundial a defesa contra aeronaves a alta e média altitude era realizada com peças de artilharia de calibre superior a 80 mm. Os projéteis disparados por estas armas incluíam, normalmente, diferentes tipos de espoletas especiais - incluindo as barométicas, as de tempos e as de aproximação - projetadas para os detonar no melhor momento de modo a que os seus estilhaços atingissem a zona onde se encontra a aeronave.

Hoje em dia, esta função é desempenhada quase inteiramente por sistemas de mísseis superfície-ar (SAM) de longo alcance, introduzidos em grande escala a partir da década de 1950. Estes mísseis podem ser lançados a partir de bases fixas ou de lançadores móveis.

Para defesa de pontos contra aeronaves a baixa e muito baixa altitude, é necessário um tipo de arma mais ligeira, dispondo de uma cadência de tiro mais elevada para aumentar a probabilidade de atingir um alvo aéreo em grande velocidade. Nesta função têm sido bastante utilizados os canhões automáticos com calibres entre os 20 mm e os 40 mm. Armas mais pequenas (tipicamente metralhadoras de 12,7 mm) também têm sido usadas. Ao contrário das armas pesadas, as armas ligeiras têm uma utilização generalizada devido ao seu baixo custo e à sua capacidade de acompanhamento rápido do objetivo. Uma variante deste tipo de armas são os canhões rotativos de sistema Gatling, orientados automaticamente por radar, bastante utilizados para defesa antiaérea a curta distância de navios de guerra.

Os canhões automáticos antiaéreos têm sido substituídos por sistemas móveis de lançamento de SAM de curto alcance. Estes sistemas são frequentemente montados em veículos blindados, podendo fornecer proteger as unidades de manobra de infantaria e de carros de combate no campo de batalha. A partir do final da década de 1960, além daqueles, também foram desenvolvidos sistemas portáteis de lançamento de mísseis SAM (MANPAD) que assumiram as funções de defesa antiaérea imediata das tropas terrestres que antes eram desempenhadas por metralhadoras AA.

Além de ser efectuada partir da superfície, a defesa aérea também pode ser realizada a partir do próprio ar, através do uso de interceptores. Um interceptor é um tipo de avião de caça concebido especialmente para interceptar e abater aeronaves inimigas (especialmente bombardeiros) baseando-se, normalmente, na sua capacidade de atingir uma grande velocidade e uma grande altitude. Este tipo de aeronave diferencia-se assim dos restantes caças pela sua menor autonomia e capacidade de transporte de armamento, sacrificadas em detrimento da sua elevada velocidade. Vários modelos de interceptores, como o Lightning, o F-102, o F-106 e o MiG-25, foram desenvolvidos entre o final da Segunda Guerra Mundial e o final da década de 1960. A partir daí, tornaram-se menos importantes devido à transferência das missões dos bombardeiros estratégicos para os mísseis balísticos intercontinentais.

A aquisição de objetivos até pouco depois da Segunda Guerra Mundial era realizada por fonolocalizadores, por projetores de luz (em ambiente nocturno) e por radar. Hoje em dia, resume-se praticamente a este último sistema. Os sistemas de radar usam ondas eletromagnéticas para obter as informações sobre a distância, a altitude, a direção e a velocidade de um alvo aéreo, bem como as informações sobre condições meteorológicas, necessárias às operações de defesa antiaérea. Em termos funcionais, os radares de defesa aérea desempenham funções de vigilância, de aviso local, de conduta de tiro, de controlE de tráfego aéreo e de meteorologia. Estas funções podem ser executadas por radares diferentes, ou várias delas serem executadas pelo mesmo radar. A aquisição de objetivos para os mísseis superfície-ar - exceptuando para os MANPAD - é, normalmente, realizada por um radar de vigilância que orienta para o alvo o sistema de guiamento do míssil até este se fixar sobre aquele. Antes do empenhamento, os potenciais alvos, especialmente as aeronaves militares, podem ser identificados através de um sistema IFF (identificação de amigo ou inimigo).

Fonte:
Winkipédia