RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

03/08/2016 15h54



A FAB (Força Aérea Brasileira) acionou nesta quarta-feira (3) zonas de exclusão de controle do espaço aéreo no Rio de Janeiro e em outras cidades que sediarão eventos da Olimpíada. Nessas áreas, divididas em "amarelas" e "vermelhas", a FAB passará a permitir apenas voos autorizados, como transporte de chefes de Estado, delegações e aeronaves comerciais.
No Rio, a zona controlada amarela compreende um raio de 27,78 km, incluindo os aeroportos do Galeão e Santos Dumont. A área se estende de Niterói até a praia de Grumari e do Oceano Atlântico até a Nova Iguaçu. A zona vermelha, que foi acionada à zero hora, terá um raio de 7,2 km a partir do centro do Parque Olímpico e ficará ativa até o final dos Jogos, sendo retomada para a Paralimpíada.

Fora do Rio, as zonas amarelas começam uma hora antes do início dos eventos esportivos e terminam duas horas depois.








Os pilotos que desobedecerem as regras das áreas de exclusão sofrerão "medidas de policiamento" que incluem, segundo o coronel Décio Dias Gomes, chefe do centro conjunto de operações aéreas do Condabra (Comando de Defesa Aeroespacial), em Brasília, "reconhecimentos à distância", ordem para desvio de rota, "tiros de aviso" e, em último caso, o abate da aeronave. Ele concedeu entrevista coletiva à imprensa em Brasília.
Desde 2004, quando o Brasil colocou em vigor a chamada lei de abate, que autoriza a derrubada do avião a tiros após advertências, pelo menos uma vez a medida foi empregada, segundo o coronel Dias Gomes, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
O acompanhamento dessas zonas de exclusão está sendo feito em uma chamada "Sala de Decisão", em que um alto oficial encarregado de plantão, acompanhado por assessores jurídicos e de inteligência, entre outros militares, serve de elo de ligação com o comandante da Aeronáutica, única autoridade na Força que tem o poder de decisão final sobre eventual tiro de abate. Essa competência foi delegada ao comandante pelo decreto presidencial 8.787/2016.
A área de exclusão tem por objetivo "garantir a defesa do espaço aéreo e um fluxo de tráfego aéreo seguro e ordenado". Essas medidas têm sido empregadas pelo Brasil na época de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, e nunca registraram necessidade de tiros de alerta ou de abate, segundo o coronel Dias Gomes.
A FAB informou ter mobilizado um total de 15 mil militares para a Olimpíada e Paralimpíada e 80 aeronaves, incluindo 32 aviões de caça F-5M Tiger e Super Tucano, 15 helicópteros, 28 aviões de transporte, um avião-radar, um avião de patrulha e três de reconhecimento.
Os caças F-5M podem atingir 2.112 km/hora, os Super Tucano, mais leves, atingem 593 km/hora. Alguns desses aviões que poderão ser usados para a intercepção ficarão em atividade no ar por determinados períodos, disse o coronel Gomes.
Além do controle do espaço aéreo, a FAB e outros órgãos de segurança ativaram em terra medidas especiais para os Jogos. Aeronaves privadas, como serviços de táxi aéreo, cujos passageiros normalmente não passam pelo controle de raio-x nos aeroportos, ao longo da Olimpíada, se quiserem cruzar as zonas de exclusão com autorização da FAB terão que se submeter a medidas de inspeção antes de decolar.
Caso decole de outro aeroporto distante onde essas medidas não estão sendo usadas, o avião deverá descer em alguns dos aeroportos previamente escolhidos pela FAB para passar pela inspeção antes de seguir para a zona amarela.




03/08/2016 15h54

Fonte: UOL