“Pode-se tirar de um general seu exército, mas não de um homem sua vontade.” Por:
Confúcio, também conhecido como K'ung Ch'iu, K'ung Chung-ni ou Confucius
Nasceu em meados do século VI (551 a.C.), em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung em 27 de Agosto de 551 a.C. à Morte em 479 a.C. (72 anos)
A filosofia de Confúcio sublinhava uma moralidade pessoal e governamental, também os procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Estes valores ganharam relevo na China sobre outras doutrinas, como o legalismo (法家) e o taoismo (道家) durante a Dinastia Han (206 a.C. – 220). Os pensamentos de Confúcio foram desenvolvidos num sistema filosófico conhecido por confucianismo.
Porque nenhum texto é demonstrável ser de autoria de Confúcio, e as ideias que mais chegadas lhe eram foram elaboradas em escritos acumulados durante o período entre a sua morte e a fundação do primeiro império chinês em 221 a.C., muitos acadêmicos são muito cautelosos em atribuir asserções específicas ao próprio Confúcio. Os seus ensinamentos podem ser encontrados na obra Analectos de Confúcio (論語), uma colecção de aforismos, que foi compilada muitos anos após a sua morte. Por cerca de dois mil anos, pensou-se ter sido Confúcio o autor ou editor de todos os Cinco Clássicos (五經) como o Clássico dos Ritos (禮記) (editor), e Os Anais de Primavera e Outono (春秋) (autor).
Os princípios de Confúcio tinham uma base nas tradições e crenças chinesas comuns. Favorecia uma lealdade familiar forte, veneração dos ancestrais, respeito para com os idosos pelas suas crianças (e, de acordo com intérpretes posteriores, das esposas para como os maridos), e a família como a base para um governo ideal. Expressou o conhecido princípio, "não faças aos outros o que não queres que façam a ti", uma das versões mais antigas da ética da reciprocidade.
As IdéiasA sua ideologia de organização da sociedade procurava também recuperar os valores antigos, perdidos pelos homens de sua época. No entanto, em sua busca pelo Tao, ele usava uma abordagem diferente da noção de desprendimento proposta pelos taoístas. A sua teoria baseava-se num critério mais realístico, onde a prática do comportamento ritual daria uma possibilidade real aos praticantes de sua doutrina de viverem em harmonia.
Confúcio não pregava a aceitação plena de um papel definido para os elementos da sociedade, mas sim que cada um cumprisse com seu dever de forma correta. Já o condicionamento dos hábitos serviria para temperar os espíritos e evitar os excessos. Logo, a sua doutrina apregoava a criação de uma sociedade capaz, culturalmente instruída e disposta ao bem estar comum. A sua escola foi sistematizada nos seguintes princípios:
Ren, humanidade (altruísmo);
Li, ou cortesia ritual;
Zhi, conhecimento ou sabedoria moral;
Xin, integridade;
Zhing, fidelidade;
Yi, justiça, retidão, honradez.
Cada um desses princípios ligar-se-ia às características que para ele se encontravam ausentes ou decadentes na sociedade.
Os Cinco Clássicos (em chinês: Wujing; 五經) são os cinco textos clássicos chineses relacionados com Confúcio. A tradição chinesa atribuiu a compilação destes textos a Confúcio.
Os Cinco Clássicos são:
"Livro das Mutações" (em chinês: I Ching ou Yì Jīng; 易經)
"Clássico da História" ou "Clássico dos Documentos" (Shū Jīng; 書經)
"Clássico da Poesia" ou "Livro das Odes" (Shī Jīng; 詩經)
"Clássico dos Ritos" (Lǐ Jì; 禮記)
"Os Anais de Primavera e Outono" (Chūn Qiū; 春秋).
Por mais de 2.000 anos, estes livros foram evocados como referências na sociedade, no governo, na literatura e na religião da China. Os estudantes chineses normalmente estudavam os curtos Quatro Livros antes de estudar os Cinco Clássicos.
Os Cinco Clássicos foram ensinados desde 136 a.C., quando o Confucianismo se tornou a ideologia de estado na China, até aos princípios do século XX. O domínio dos textos era requerido por qualquer letrado chinês para poder acessar a qualquer emprego na vasta burocracia governamental, através dos exames imperiais. Após 1950 somente alguns textos foram ensinados nas escolas públicas.